Os cânceres de pulmão de não pequenas células são classificados de acordo com os tipos de mutações genéticas (danos ou alterações em uma sequência de DNA) encontradas dentro das células cancerígenas. Essas classificações são importantes porque ajudam a guiar o tratamento. As mutações que ocorrem em genes que codificam proteínas críticas para o crescimento e a sobrevivência das células são conhecidas como mutações direcionadoras(drivers). As mutações direcionadoras mais frequentes do câncer de pulmão de não pequenas células são as alterações genéticas do receptor de fator de crescimento epidérmico, também conhecido como EGFR, que podem ocorrer em até 25% dos casos.
Mutações no EGFR
Existem diferentes mutações no EGFR, que possuem prognósticos e tratamentos distintos. Algumas são mais comuns, como as identificadas no éxon 19 e no éxon 21. Já outras, mais incomuns.
As mutações direcionadoras no EGFR produzem proteínas EGFR anormais, com alterações estruturais, que fazem com que essas proteínas estejam sempre ativas, estimulando o crescimento e divisão descontrolada das células pulmonares.
Mutações em diferentes “locais” do EGFR podem levar a diferentes prognósticos e por isso devem ser tratadas de forma personalizada. Por exemplo: mutações do chamado éxon 20 do EGFR representam a 3ª mutação mais prevalente no EGFR, e estão presentes em 9% dos casos.
Essas mutações no éxon 20 do EGFR não são facilmente detectadas pelos testes moleculares, o que torna necessária uma análise genética mais profunda. O uso da técnica de Sequenciamento de Nova Geração (NGS) pode ajudar a detectar essas mutações.
Pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células com mutação de inserção no gene EGFR têm opções de tratamentos atuais limitadas. Algumas terapias ainda apresentam índices de sobrevida menor quando comparamos o câncer de pulmão mutado com outros tipos tumorais. Assim, esses pacientes demandam terapias mais eficazes, específicas e toleráveis.